Friday, March 19, 2004

Caracolando


Um belíssimo caracol,
Quando já ia altíssimo o Sol,
Entre lusco e fusco pelo caminho,
Se distraía com finíssimo raminho.

Helix, da raça dos catassóis,
Morador de raríssimos atóis ,
Filósofo da sombra dos caracoleiros,
Um caramujo por caminhos espiraleiros.

Que pensava aquela Cóclea,
Toda belíssima como a azálea,
Com seus anéis de cabelos enrolados,
Dizer que não valho um caracol , me deixar de lado.

Ah! Não vou ficar de caramunha !
E este raminho será minha testemunha.
Antes que termine este caminho em espiral,
Para ela, decifrarei o enigma do Caracol de Pascal.


Eduardo Aparecido Ambrozeto



Thursday, March 18, 2004

Caramujo


Eu, pelo caminho,
Uma lesma toda acesa.
Quando passa um lagarto
Me deixa a sobremesa.

Eu, pelo caminho,
Um caracol gastropodão.
Quando passa um jardineiro
Me oferece doce algodão.

Eu, pelo caminho,
Um caramujo empolado.
Quando passa um vizinho
Me reparte o cabelo encaracolado.

Eu, pelo caminho,
Um cornetinha lusitano.
Quando passa um caramuru
Me presenteia transparente pano.

Eu, pelo caminho,
Fugindo da antiga Caracol.
Quando passa um investigador
Me multa por falta de farol.

Eu, pelo caminho,
Quando já era bem noitinha.
Fiquei com medo, olhei pra trás,
A Lua prateava minha estradinha.

Eduardo Aparecido Ambrozeto